A vida corre-nos tão aceleradamente nas veias que não temos tempo para dar valor ao nascimento ou homenagear os que partiram. Se a Cinemateca de Lisboa nunca foi muito dada a celebrar os novos valores, não podemos desdenhar a dedicação que revela para com o património dos mortos. E, se calhar, se não fosse a Cinemateca, nem eu me lembrava que Sydney Pollack, que um dia entrevistei na Penha Longa, tinha morrido este ano (Maio).
Para Outubro, as salas da Barata Salgueiro prometem um ciclo com 13 dos mais importantes filmes do cineasta americano. Os meus favoritos continuam a ser os da geração de 70, que, evidentemente, só vim a descobrir mais tarde (quando recomecei a ver cinema nos anos 80): Os Cavalos Também se Abatem (dia 3), os Três Dias do Condor (dia 14) e Yakuza (dia 29). Como extra, a Cinemateca exibe ainda De Olhos Bem Fechados, de Kubrick, com Pollack como actor.
Outros filmes a ver: A Calúnia (dia 15), Tootsie (dia 16) e o fracassado mas estimulante Encontro Acidental (dia 17), com Harrison Ford e Kristin Scott Thomas. De fora, ficam A Intérprete, com Nicole Kidman, e o subvalorizado A Firma, com Gene Hackman nas suas sete-quintas. Próxima homenagem plenamente justificada: Anthony Minghella, o realizador de Paciente Inglês, que morreu em Março, depois de uma operação a um tumor no pescoço.
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