segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Quinze a zero


Bancadas vazias, jogos incipientes, resultados a zero, golos ilegais ou em lances de bola parada, a I Liga de futebol português é uma parada de solteiros contra casados e ninguém mexe uma palha para alterar as regras do jogo (quando voltarão os futebolistas brasileiros a ser considerados estrangeiros?).

Em Portugal, os prognósticos não serão no fim do campeonato, mas agora. Depois de três jornadas, e mesmo com a vantagem de quatro pontos do Sporting sobre o FC Porto, não será difícil antever a resolução do costume: como sempre, ganhará o menos mau (FC Porto) sobre os mais sofríveis (Benfica e Sporting encontram-se já no próximo fim de semana).

Este ano, a I Liga não revelará grandes surpresas, embora Jorge Jesus seja homem para levar directamente o Braga à Liga dos Campeões (e para o ano estará a treinar o Benfica). Do outro lado, continuar-se-á a premiar a mediocridade, descendo apenas dois dos sete clubes que merecem sistematicamente ser despromovidos. Um deles será decerto o martirizado Belenenses, último classificado à 3ª jornada.

Antes da Primavera surgirá um escandalozito qualquer que permitirá garantir a manutenção de um dos seguintes despromovidos: Paços de Ferreira, Naval 1º Maio, Académica, Trofense, Rio Ave ou Leixões. Mais uma vez, em vez de se repescar um melhor classificado da II Liga, a lei servirá para beneficiar os medíocres (como sucedeu este ano com o Paços de Ferreira).

Foi para isto que privatizámos o futebol? Para ele nos ser injectado pela televisão em doses industriais durante os quatro dias de fim de semana? Que saudades tenho dos relatos de futebol pela radiofonia. Nessa altura, pelo menos, os jogos pareciam ser todos excitantes. Agora, pela televisão, é tudo demasiado transparente para podermos ser enganados.

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