terça-feira, 30 de setembro de 2008
Mamma Mia: 500 mil fãs não podem estar errados. Ou podem?
O Jardim Assombrado
"O Jardim Assombrado abriu os portões no dia 26 de Setembro. Convido-vos a entrar. Há bancos ao sol e à sombra". Toca a todos.
http://ojardimassombrado.blogspot.com/
O 10º aniversário do Lux (III)
Enjoy!
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
IX Festa do Cinema Francês (II)
Travis: "Ode to J. Smith" (2008)
O Pirata comunica-me que o novo álbum dos Travis, Ode to J. Smith, já está disponível para sacar, sacanagem. Onde? Nos sítios do costume. Eu vou sempre pelo mesmo caminho: na secção de blogs do google.com (e não google.pt) escrevo o álbum que me interessa descobrir, para download ou apenas streaming, e há sempre um destino ao meu alcance.
O 10º aniversário do Lux (II)
Pela primeira vez na internet, eis a versão integral da crónica que publiquei há dois anos no Jornal Metro sobre o oitavo aniversário da discoteca Lux.
"O meu grau de egocentrismo é tão elevado que eu agora só compro jornais para ver se saiu a crítica ao espectáculo que presenciei na noite anterior. Mas como, muitas vezes, o grau de alcoolémia excede o do egocentrismo, também compro jornais para que eles me ajudem a recordar a noite anterior. Sabendo que ninguém irá escrever sobre a festa “secreta” da noite de 3ª feira na discoteca Lux, decidi avançar".
"As festas de aniversário do Lux são tão populares que quando se chega à entrada ainda se vê os convidados a abandonar a festa do ano passado. Lá dentro, ninguém sabe quantas pessoas cabem, mas cabe sempre mais um. Segundo consta, na festa de 2005 entraram 5 mil à pala. Este ano, alguém fidedigno (o que é fidedigno às três da manhã com nove vodkas em cima?) confessou-me que a gerência só enviou 2800 convites para a populaça. Fazendo as contas, isto significa que 2 mil espoliados se sentiram como Plutão. Mas este sistema ultra-selecto continua a falhar: afinal de contas, eu recebo sempre convites. Não adianta mudar de casa, o mailing do Lux é mais eficiente que a Dica da Semana. Todos os anos estou aqui caído (antes de cair por ali)".
"Receber convite é um início, mas não basta para fazer a festa – é preciso entrar na festa. Este ano, os convites exigiam uma password que apenas podia ser encontrada no DVD enviado com o convite. O DVD era um filme com imagens dos filmes de Fellini e Almodovar que serviriam para inspirar o dresscode do convidado. Como se viu na afluência de pessoal com fatos de padres, travestis e árbitros de futebol, a inspiração foi levada a sério (o Pedro Rolo Duarte vinha disfarçado de Pedro Rolo Duarte). Eu comprei um chapéu de gangster e inventei uma personagem. “E você vem de quê?”, perguntaram à entrada. “Vim a pé, por causa do álcool”. “Mas que personagem é essa?”. “É o Professor Gonzaga”. “Quem é o Professor Gonzaga?”. “A menina viu todos os filmes do Fellini, quer chamá-lo à entrada para confirmar?”.
E lá dentro, sobra o quê? Sobram três horas de ânsia etilizada e conversa ansiolítica. Na festa do Lux, o bar é aberto e as relações também, portanto pode-se descobrir o amor. O facto das pessoas levarem máscaras ajuda. Tudo parece belo, todos parecem bonitos. Excepto a partir das três da manhã quando começamos a levar tanta pancada que nos sentimos como a bola branca de um jogo de snooker".
"É estranho o sortilégio das festas do Lux. Demoramos duas horas a entrar e cinco minutos à procura da saída. Fazemos o possível para encontrar lá dentro aquela pessoa que já encontrámos cá fora, mas com quem não falámos porque estávamos demasiado ocupados a tentar entrar. Uma vez dentro do Lux, a conversa é sobre as pessoas que faltam entrar. Quando já entrámos todos, é altura de sair. Cá fora, o ritual repete-se. Talvez sejam as pessoas a enfileirar-se para a festa do próximo ano".
(Crónica do Jornal Metro de Outubro de 2006)
Quem como onde quando porquê?
Quem, como, onde, quando e porquê? São estas as cinco regras elementares do jornalismo que vejo sistematicamente negligenciadas em grande entrevistas televisivas (onde apenas uma vez por programa é identificado o nome do especialista convidado a intervir sobre determinado assunto) e reportagens, entrevistas ou perfis de imprensa.
No suplemento do Público P2 do passado domingo, no destaque dado por Teresa de Sousa a um senhor de bicicleta, a regra principal (quem era?) foi liminarmente empurrada para segundo plano: embora se tratasse de um perfil sério, não percebíamos nunca quem era o “ciclista” visado. Só ao 11º parágrafo, décimo-primeiro, meus senhores, a autora Teresa de Sousa mencionava alguém chamado “David Cameron”, líder do Partido Conservador Britânico. Que por acaso também anda de bicicleta.
O mesmo terá acontecido no lead de abertura, um súmula de frases constantes no próprio texto. Seja como for, a partir da primeira frase, a responsabilidade é de Teresa de Sousa, que, apesar da sua experiência, caiu na armadilha de pressupor que os seus leitores conheciam bem David Cameron (quem não conhece, bolas?), escrevendo um texto com frases como “o jovem de 39 anos”, ou “o Tony Blair do Partido Conservador”, sem nunca mencionar o nome do “ciclista” em questão.
Note-se que até ao final do extenso perfil, só quatro vezes é referido o nome de David Cameron. A penúltima frase é elucidativa: “Quem é afinal David Cameron?”.
A Rua de São Bento
"Quando lá chegámos, encontrámos logo umas raparigas pintadas e com vestidos a entregar rosas (a que a minha mãe dizia ao meu irmão mais novo que eram fadas)... Ficámos ao pé da Assembleia, a ver umas danças, até que começámos a ouvir gente a cantar (que era o que a minha mãe procurava). Fomos para lá e vimos duas amigas da minha mãe a cantar... Era um grande coro, e cantavam muito bem.
"Entretanto, enquanto estávamos a seguir caminho, eu encontrei gente a pintar quadros, pintavam tão bem que me apetecia pegar nos pincéis e aprender com eles. Continuámos e voltamos a descer para ou pé da Assembleia, encontrámos um senhor mascarado de mergulhador a fingir que estava a nadar. Depois, foi para lá uma rapariga vestida de branco que começou a fazer movimentos de dança lenta. Começaram a vir crianças ter com ela e a querer dançar com esta (tinha um chapéu de chuva grande e branco). Depois, uma das crianças pegou no chapéu e começou a rodá-lo, bateu na cabeça da rapariga, mas para ela não se chatear com eles e não estragar a dança, não reagiu muito...".
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domingo, 28 de setembro de 2008
Benfica 2-0 Sporting
Penso, Blog Existo
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http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/
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O 10º aniversário do Lux (II)
"Há dez anos era o requinte do alternativo. Depois, o Lux foi-se adaptando à biodiversidade da cidade, e os públicos começaram a misturar-se, o que criou primeiro a snobeira do cliente de elite, e depois a eliminação gradual dos menos fiéis. Agora, o Lux é tudo e sempre mais alguma coisa. Mesmo que a cidade exija uma nova alternativa, nunca poderia existir um segundo Lux na cidade, apenas uma cópia deficiente ou o outro lado do espelho. O Lux não é bem uma discoteca, é mais um bairro. E, no bairro, todos se conhecem pelo nome".
O 10º aniversário do Lux
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Sydney Pollack na Cinemateca
X-Wife Vs Saul Bass
Laika: no espaço ninguém nos ouve ladrar
Laika, Albina e Mushka. Em 1957, foram três as cadelas recolhidas pelos cientistas nas ruas de Moscovo para iniciar os testes que garantiriam algum avanço na promessa soviética de enviar a primeira criatura viva para o espaço.
A cabine de Laika estava equipada com comida e água. Uma câmara de filmar e um sistema de sensores registavam a temperatura da cabine e os sinais vitais do animal. Seis dias depois da descolagem da Sputnik 2, o sistema eléctrico do aparelho entrou em colapso. A nave ficou à deriva 164 dias, antes de reentrar na atmosfera em Abril de 1958.
A Laura de Aula
"Mal todos entraram fizeram muito barulho, mas um pouco depois de o professsor chegar e pedir para nos calarmos manteve-se o silêncio. Quando alguns dos piores da turma chegaram destruíram o silêncio e começou imediatamente a barafunda.
A outra professora era como muitos outros, sustentava-se com os gritos, não deixava fazer nada e.t.c. Eu mesmo assim continuava a achar que esta era uma boa professora.
A aula seguinte foi Matemática tivemos a apresentação, mas também tivemos aulas, surpreendentemente a nossa professora de Matemática deu-nos aulas no primeiro dia em 45 minutos e com a parte da apresentação".
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Lost and translation
I
Dare we go into the night? Tenderly beware.
To fight, I might step outside my shell.
But rather I linger in-between, than to cope the scope of hopelessness.
II
Mighty shiver the lovequake, by dawn's delight.
Bygone the sorrow must you send, as I kiss your babywords intertwine.
For such they are of mine.
Before I sleep, before I am.
III
Shed the tear, breathe the sorrow, for my pain has gone to morrow.
Everlasting heartache, this sounds of life to-be; slipping raindrop kisses, like you are to me.
IV
This sea longs for you, as I wave in the distance.
Tidy up ashore windy soul, for we've met before.
No arms, no rags, just a bare vessel with no oar.
Nor here.
V
I've lost my love to-day; and myself for good.
This weekend has no end; to begin with.
Will I have to stand up weak; to be without?
Time lapses thy fading glory.
This mourning memory, recoil your morning glimpse.
VI
Hell, I will fall if I have to.
If I have to follow you through.
And hide this wholehearted self, from your cold-hearted soul.
If by cowardly means, any blatant gesture may mend the end; I will fear no evil as I scare myself.
VII
Why read, what to write?
Get rid of me for a night.
Quiet restlessness, cried her.
"How wrong, to be right".
How come, not to fight?
And he sobbed, facing the child.
O segundo sexo
"A semana passada, duas mulheres tentaram casar em Portugal. Claro que não o conseguiram. A lei é dura e não permite grandes marginalidades. Ironicamente, elas tentaram fazer aquilo que poucos portugueses fazem – cumprir a lei. Foram e voltarão a ser punidas (nem que seja através da exposição mediática) se repetirem a tentativa. Evidentemente, o objectivo das duas mulheres não é apenas casar, mas fazer ver ao país a injustiça que é não o poderem fazer. De qualquer forma, o evento serviu para levantar uma série de discussões no país dos cidadãos e entre os cidadãos do meu país.
Tudo o que seja tema de minorias é território armadilhado. Uma palavra e é-se de direita; uma defesa, e viva o bloquista. Nada de maniqueísmos, que isto não é preto no branco. A questão essencial é simples: qual o interesse dum casal homossexual numa instituição eminentemente heterossexual e conservadora como o casamento? Está lançada a primeira armadilha. Os portugueses acham que o facto de os homossexuais serem uma minoria os impede de ser conservadores. Os portugueses acham que todos os homossexuais jantam na Bica do Sapato, dançam no Lux e votam no Louçã. Evidentemente, a maior parte dos portugueses evoluídos tem imensos amigos que são homossexuais. Pessoalmente, acho que a maior aberração não é o facto de dois homossexuais querem casar, mas o facto de ainda acreditarem no casamento.
Este tratamento dúbio do homossexual como um freak de trazer-por-casa tem sido danoso para todas as partes. Principalmente para a comunidade gay, que subitamente vê os seus direitos discutidos na praça pública como se fosse os Malucos do Riso. Os políticos, claro, aproveitam-se; e a luta desenfreada pelo direito das minorias faz com que as minorias estejam a ser tratadas com uma excessiva preferência e não com a igualdade devida. Como se vê, é muita teoria para tão pouca prática. Na ausência de direitos civis óbvios, criam-se sempre elementos de excepção – mas nunca direitos concretos, direitos que deveriam existir por cidadania e nascimento em cada português. Se os homossexuais estão recenseados, vão à tropa e pagam impostos, por que não hão-de querer casar? Tirando a igreja (por razões seculares evidentes) nada ou ninguém deveria impedir o casal homossexual de ter o Toy a cantar no respectivo copo d’água.
Por defeito, feitio ou simples decadência moderna, o casamento deixou de ser um fim (moral) para passar a ser um meio (patrimonial). Neste país, toda a gente casa para ter mais uma semana de férias, garantir o abono de família e receber uma palmadinha nas costas do padrinho. Ninguém se opõe. Os gays também querem ter direito à moral vigente, ao calculismo individual, à mentalidade malthusiana. Os homossexuais querem poder viver sem sobressaltos, dividir a riqueza pela família chegada (o “longtime companion”) e assumir que o Estado interveniente vá exercer o seu imposto testamentário sobre a herança a dividir pelo cônjuge que sobrevive ao casamento. Que mais se pode exigir ao homossexual, que ele seja do Benfica?
No dia seguinte, o PS e o PSD confirmaram à nação que o casamento entre homossexuais “não é uma prioridade”. Seria bom que não fosse prioritário pela simples urgência em recuperar um verdadeiro caso de saúde pública e não apenas de moral, como é a discussão do aborto. Dessa minoria tão portuguesa chamada “mulheres”".
A Avenida 5 de Outubro
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Finlândia vs Portugal
Como diz um dos mais esclarecidos amigos meus, terá sido decerto um jovem contratado pela Administração Interna da Finlândia para garantir assim um índice mínimo de criminalidade que justifique a existência de braços de autoridade no país.
Em relação a isso, Portugal funciona com melhor eficiência: ninguém precisa de pagar aos bandidos para eles assaltarem bancos ou multibancos, basta deixar-lhes a costa livre para assim se criar na nação um clima de terror que imediatamente convoque medidas repressivas de autoridade extrema nos cidadãos e agentes do Estado.
TVI: O hábito faz o monge
É uma questão de habituação e vício. Se por acaso a TVI emprestasse por um dia as suas três novelas da noite à RTP1 em troca de um jogo do Benfica ou um "desnudo" com o José Carlos Malato, as audiências não iriam acompanhar as intrigas das novelas, ficariam sempre na TVI, independentemente da programação e dos nus.
Não querendo menosprezar a actividade dos nossos públicos, isto só serve para realçar o modelo de fidelização solidificado por José Eduardo Moniz (que ontem fez 10 anos de TVI).
O que nos falta inventar?
É incrível que o homem tenha ido à lua, que exista o GPS ou os google.maps, que seja possível transplantar um coração humano ou recuperar a virilidade com o Viagra. É impressionante que já se construam casas domóticas ou carros híbridos, que a nanotecnologia seja uma realidade presente, que se tenha desenvolvido uma indústria de recolha de células estaminais e que a música não precise de suporte físico para ser ouvida. É notável que o Cristiano Ronaldo marque golos de calcanhar, que tenhamos evoluído para aquilo que hoje somos com as coisas que hoje temos, e que, no entanto, certas coisas elementares ainda estejam por inventar. A saber:
Uma chucha anti-gravitacional que nunca chegue a cair no chão depois de cuspida pelo bebé. Um automóvel familiar amigalhaço que assinale a sua presença quando o seu proprietário não souber onde o deixou estacionado no parque de estacionamento do centro comercial (e cujas chaves assinalem a presença ou mandem sms para telemóvel quando o seu proprietário não souber onde as deixou arrumadas em casa). Um jornal diário escrito sem erros e que assim possa dispensar o Provedor dos Leitores. Se preferível à prova de água e de vento (o jornal, não o Provedor).
Um ice tea com sabor a chá (e não a manga-laranja ou kiwi-maracujá). Batatas fritas que façam bem. Spray com perfume de carro novo que recupere o cheiro original do automóvel no primeiro dia em que o conduzimos. Uma empregada de limpeza que também limpe o pó debaixo da cama e não venha com histórias de subsídios de férias e de Natal. Peúgas de nylon de titânio, para nunca fazerem buracos. Um comando à distância capaz de regular os níveis de volume da conversa e opacidade das pessoas à frente do televisor no dia do derby de futebol. Passadeiras de peões que, quando atravessadas por humanos e animais vertebrados, pulverizem todos os veículos de quatro ou duas rodas em circulação na proximidade (excepto carrinhos de bebés).
Técnicos informáticos que falem a nossa língua. Automóveis com direccção assistida e lugar de estacionamento incluído no porta-bagagens. Pipocas silenciosas ou capazes de silenciar o respectivo deglutidor. Ares condicionados portáteis e individuais, para que cada um tenha a temperatura que deseja. Liberdade enlatada, para cada qual ter o espaço que merece. Telemóveis com polígrafos, para todos percebermos quando é que a conversa do outro lado é tanga.
Uma tabela de audiências que determine quantas pessoas andam a fazer o quê quando não estão a ver televisão. Cigarros que se possam fumar na totalidade dentro da boca (para assim não incomodar ninguém fora dela). Emissões de rádio capazes de nos informar sobre o nome da banda e da música que está a tocar sem termos de esperar pela conversa, o humor ou a pronúncia rachada do animador. Uma página na internet que funcione apenas como espelho, para dar um jeito no cabelo ou ajustar a gravata antes da reunião das 15h00. Um processo químico que permita transformar a mentira, o dislate, a intriga e crónicas como esta em energia barata e auto-sustentável, dedutível nos impostos.
(Crónica do Jornal METRO de 4 de Abril 2008)
Promessas, promessas
Quinze a um
Será caso para guardar esta data de 22 de Setembro como referência para daqui a dois anos? Talvez. Seja como for, o jogo foi giro - na capital do móvel, houve mobilidade e golos. E mais uma vez se provou a tendência dos clubes pequenos se engrandecerem perante os clubes grandes, para uma semana depois encontrarem a sua real dimensão contra adversários da mesma estatura, sem qualquer sombra ou estética de vencedor.