Se há algo que não me interessa oferecer este Natal é joalheria. Bem sei, trata-se de simbolismo, ou de um objecto com valor simbólico, mas eu não adiro. Depois, inexplicavelmente, serei capaz de oferecer uma peça insignificante comprada numa feira de antiguidades. Inexplicável? Sempre pensei que sim. Agora já não.
O problema da joalheria a sério, das peças "simbólicas" de 5 mil euros, é que o preço alto nos impede de estabelecer um valor que possa ser nosso. Ou seja, se compramos porque é caro, que espécie de sentimentalismo existirá na oferta? Bem sei, trata-se de agradar o outro. Mas eu não acredito no presente meramente altruísta. Quem gosta de dar não dá para testemunhar a satisfação no outro, mas por acto de vaidade - porque gosta de ver-se a si próprio no acto de oferecer através da satisfação do outro.
Se compramos o que é caro, que diferença faz que a peça seja bonita? Quando algo é barato, de certa forma deixa de ter preço. E é nessa liberdade que consigo encontrar o espaço para nele encontrar o valor que me interessa e o gosto que lhe irei dar.
Será que gosto porque sou forreta e porque acredito que tudo deva ser grátis? Não. Porque às vezes é na ausência de especulação comercial que encontramos o valor das coisas. E o valor de certas coisas não tem preço.
Claro que eu deveria é ter pensado nisto antes de me pôr a comprar as prendas erradas de Natal...
1 comentário:
Anónimo
disse...
Coisa linda! O "caderno de problemas" é mais actual do que nunca!
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1 comentário:
Coisa linda! O "caderno de problemas" é mais actual do que nunca!
Hugo Bastos
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