terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Estrela da Amadora


Imaginemos uma situação altamente improvável: o Benfica deixava de pagar os salários aos seus jogadores. Atrasava um mês, depois o presidente prometia pagar tudo até ao final da semana, mas não conseguia cumprir a sua honra. Ficaria tudo como dantes?

Entretanto o treinador, em protesto, batia com a porta, ia à sua vida. O clube sem dinheiro continuava a participar nas competições oficiais. Os jogadores, esses, desapoiados e desguarnecidos, faziam a única coisa que sabem e podem fazer: jogar.

Imaginemos essa situação improvável num país civilizado. Se o Aimar, se o Reyes, se o Cardozo não recebessem salários, o país parava. O presidente falhava as promessas? Algum banco se chegaria à frente para resolver a crise do Benfica. O Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, haveria decerto de interromper as suas férias antecipadas (isto é ficção, não me levem muito a sério) para solucionar a questão "antes do Natal". Seria, citando as manchetes de jornais fictícios, "uma pouca vergonha!".

Como se sabe, não é o Benfica que tem salários em atraso, é o modesto Estrela da Amadora. Os jogadores não são pagos, e alguém faz alguma coisa por eles? Interromper campeonato em protesto, punir o clube, denunciar tudo à UEFA? Nada. Neste país sem nome discute-se os No Name Boys...

1 comentário:

Lek disse...

Pois é. Se se tratásse de S.Benfica, outro galo cantaria. Como é Estrela, é fait divers.