Depois de um ano em que os paços e espaços da cidade serviram de montra à libertinagem criativa dos privados, seria natural que 2008 terminasse com a apoteose comercial que agora se vê em Lisboa.
Como se sabe, a autarquia este ano resolveu entregar a iluminação da cidade às "principais marcas de máquinas". No entanto, a exposição pública excede a minha previsão de há um mês, quando antevi Lisboa transformada em Las Vegas.
Não deixo de reconhecer que a inauguração da árvore de Natal da Zon, no topo do Parque Eduardo VII, serviu para "convencionalizar" a animação nocturna da zona (se eu disser que a intensidade da luz da árvore diminuiu a intenção dos actos lúbricos praticados nas sombras da vizinhaça, vocês percebem-me?).
De qualquer forma, parece-me obscena a forma abusiva como a TMN acampou as suas "tendas" publicitárias no Marquês de Pombal e na Praça do Comércio. A câmara pediu "iluminações de Natal", eles apresentaram "massificação comercial" em tons azul-bebé. A câmara pediu "elegância", eles confundiram com "ganância". São assim as indecorosas decorações de Natal na minha cidade.
Cartão de Natal
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[image: «Adoração do Menino», Correggio, 1518-20 — Óleo s/ tela, 81 x 67 cm
( Galeria de Uffizzi, Florença)]
*Adoração do Menino*
*Correggio, 1518-20...
Há 1 dia
2 comentários:
Lindo... (o texto).
O relatado é o que sucede na 'Imbicta' e por aí, so I am told...
Sinais dos tempos...
completamente de acordo!
reacções de espanto e indignação me envolveram quando, inopinadamente, dei de caras com aquele horror.............
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