terça-feira, 28 de outubro de 2008

Morrer da cura


Achei obscena a informação estatística veiculada pela imprensa deste fim de semana sobre as eventuais "sete mil mortes anuais devido a erros de medicação". Mas, felizmente, o ex-vice presidente da Infarmed vem pôr alguma água na fervura. Diz Faria Vaz que o número veiculado refere-se apenas a "dados internacionais e não reflectem a situação em Portugal, onde não há um sistema que registe estes casos".

Claro que há sempre várias maneiras de interpretar o esclarecimento. A mais importante é que, não havendo um mecanismo que nos permita registar estes casos, se calhar o número especulado pode ser maior. Mas de forma a estabilizar a relação tranquila que muitos portugueses têm para com as suas drogas legais, sugiro a segunda interpretação: os "dados internacionais" são apenas referentes a imigrantes ilegais de bairros degradados e, como tal, não reflectem a "situação" em Portugal.

E, agora, já posso tomar o meu barbituricozinho?

2 comentários:

Anónimo disse...

Que máximo, escreves super bem. E ultra-criativo. Estou impressionada. Do outro mundo. Continua.

Anónimo disse...

Talvez interesse saber que dos 7000que morreram aproveitaram-se 6543 corações, 13212 rins, 13278 córneas, e 6999 fígados (um ficou para iscas para o talho do Sr. Iquitério).