
Se eu tentar fazer uma pesquisa no Google sobre o melhor filme pornográfico de sempre na história do cinema, o mais provável é ser encaminhado para uma indústria de "adult movies" que em nada tem a ver com filmes pornográficos dos anos 70, como Garganta Funda, The Devil in Miss Jones e Behind The Green Door.


Paul Thomas Anderson, com Boogie Nights (1997), retratou exemplarmente a altura crucial, com a entrada do circuito vídeo e a domesticação dos públicos, em que o cinema pornográfico de autor foi engolido pelos "adult movies" que agora conhecemos. Foi o fim de um encantamento intelectual, de uma transgressão caucionada, de uma partilha sensorial: hoje, regressar a Garganta Funda ou Behind The Green Door (uma espécie de 2001 do cinema pornográfico) é redimensionar essa experiência rebelde e inigualável dos seventies. Hoje, ir aos peepshows ou à net não tem nada a ver.
Portanto, ao ler hoje o obituário do realizador de Garganta Funda e The Devil In Miss Jones, Gerard Damiano, pergunto-me há quanto tempo teria ele na realidade morrido.
Sem comentários:
Enviar um comentário