quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mundial 2010: Portugal 0-0 Albânia


Uma amiga diz-me que ontem a selecção nacional de futebol lhe fez lembrar a Espanha de há uns anos atrás: muitas individualidades e pouco mais. Será que isso significa que um dia, tal como a Espanha, também vamos ganhar o Europeu? Não me parece. Mas podemos continuar a acreditar em coisas melhores: o que ontem se viu não foi sequer um conjunto de individualidades fracassar num único objectivo (ganhar), mas uma "alta individualidade", a selecção, falhar em todos os sentidos: na exibição, na táctica e no resultado.

O resultado, como se viu, é o pior de todos. Zero a zero com a Albânia, que passou a jogar apenas com dez jogadores a partir dos 40 minutos? Um desastre. Em seis pontos possíveis, Portugal perdeu cinco deles em casa (derrota com Dinamarca, empate com a Albânia). E perder pontos significa sempre que alguém do outro lado os ganha. Portanto, com quatro jogos cumpridos, Portugal é agora tão favorito como a Albânia e a Hungria. Quem penso que vai ganhar o grupo? A Dinamarca. O facto de ter ganho em Lisboa estimulou-a de forma exponencial: a Dinamarca está serena no comando das operações, parece uma equipa treinada por Scolari.

E o jogo de ontem? Dos mais fracos de sempre de Portugal. Queiroz fez tudo o que havia para fazer, incluíndo jogar com Nuno Gomes e Hugo Almeida na frente. A juntar a Cristiano Ronaldo, Quaresma ou Nany, é uma fartura. Uma fartura insuficiente, com a particularidade de ninguém ter querido assumir a responsabilidade de ganhar o jogo de forma individual, de arriscar numa aventura solitária, de pôr o pé em ramo verde (nem Raul Meireles rematou à baliza).

Ronaldo, fora de forma, não pode ser o único culpado. A culpa é sempre de quem não joga: neste caso, de Deco, o nosso verdadeiro mago. Ou de Queiroz, que está, talvez, a falhar na interpretação dos valores de que dispõe. Quem teria salvo a honra ontem? O Makukula. Bastava ele não jogar no Benfica e continuaria pela Europa fora a marcar golos.

2 comentários:

Lek disse...

Venho só em defesa do Meireles, que é um verdadeiro operário, "um carregador de piano". Aquele personagem que quase nem se dá por ele mas que faz tanta falta na manobra de qualquer equipa. O Meireles ontem, cumpriu (como sempre) o objectivo no 11, jogou a trinco, um lugar ultimamente ocupado por Fernando Meira. Destacado para missões mais recuadas, Meireles não se chegou à area adversária.

Rafeiro Perfumado disse...

Tivemos sorte por jogarmos em casa, senão sabe-se lá o que aconteceria, perante equipa tão valorosa...