sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O casamento homossexual


Mais uma vez a discussão sobre o casamento entre homossexuais em Portugal foi atirada para as calendas. Não sendo, como a imprensa indica, para a próxima legislatura, será para o próximo governo? Estaremos a pagar o preço de um país que apenas há um ano legislou sobre a interrupção voluntária da gravidez? Como desculpa esfarrapada, serve perfeitamente.

A realidade no entanto é outra: um país tacanho precisa de uma política corajosa que sobressaia e, neste momento, tirando o Bloco de Esquerda e os Gato Fedorento, não existe uma "política corajosa" em lado algum. Afinal, isto acontece na mesma semana em que Portugal reconhece "corajosamente" a independência do Kosovo mas, para não ferir susceptibilidades, diz à Sérvia que também gosta muito dela. Que resta, sugerir Karadjic para Nobel da Paz 2009?

Se perguntarmos aos portugueses se eles são a favor ou contra os casamentos homossexuais, 9 em cada dez (heterossexuais portugueses) responderão "contra" (apesar de todos eles afirmarem ter "imensos amigos gays"; que ideia estapafúrdia é esta de que todos os gays têm de ser porreiros?). Se, por outro lado, perguntarmos aos portugueses se a vida deles será alterada pelo facto de agora os homossexuais poderem casar, dez em cada dez encolherá os ombros antes de perguntar a que horas dá o jogo do Benfica.

Nada na vida dos heterossexuais portugueses será alterada por uma legislação que permita aos homossexuais casar-se. Mas, infelizmente, para os homossexuais, essa legalidade é absolutamente condicionante. Ora, enquanto a maioria dos legisladores continuar a discutir uma questão civil como um direito de minorias, nunca os homossexuais deixarão de ser tratados como minorias. E sendo assim nunca este tema deixará de ser... menor. E mesmo assim maior que o país que o legisla.

2 comentários:

Anónimo disse...

Apesar dos meus ainda 18 anos, ja reflecti o suficiente para perceber que estou em completo desacordo consigo. A vida dos portugueses pode, efectivamente, não ser alterada pelo casamento gay, mas seriam afectados os códigos que construiram a nossa sociedade, com 8 séculos de história. Na minha modesta opinião, nao se pode passar a às novas gerações a ideia que o casamento heterossexual e o casamento homossexual são uma e a mesma coisa, cabendo ao individuo escolher por um individuo do mesmo sexo ou do sexo oposto. Seria um erro pelo qual iriamos, mais tarde, pagar caro.
Aparte disso, é necessário referir que num país, onde que a taxa de natalidade é reduzida, o casamento gay funcionaria pura e simplesmente como um incentivo a essa redução.
Contudo, no caso de haver mais votos a favor do que contra (no caso deste assunto ir estupidamente a referendo) deixo aqui uma sugestão para um novo referendo: Eu tenho pensado, nao raras vezes, que não seria mau para mim casar com duas mulheres. E nao vejo razão para o estado impedir, três adultos que se amam, de viver felizes em comunhão. Acho que a vida dos portugueses, nao iria ser muito alterada se eu casasse com dois individuos do sexo feminino, ou iria?

Com cumprimentos

Daquele que desacorda,
AVN

Santiago Chiva, Granada disse...

O casamento homossexual vai afetar a nossas famílias. Os fatos demonstram que tudo muda quando o casamento homossexual é legal. Se é legalizado, deve ser ensinado como normal, aceitável e moral, em cada escola pública.
Nas primeiras escolas públicas, inclusive em Infantil, devem ensinar a seus filhos a aceitar que o casamento homossexual é mais uma opção moral. E isto confunde as crianças. Isso já aconteceu em Massachusetts
O testimônio da família Parker comoveu a sociedade americana donde todos os referendos ratificam que o casamento é algo entre homem e mulher: “Solicitamos à escola que nos avisassem quando fossem tratar esses temas para termos a opção de que nosso filho não assistisse a este doutrinamento. Os professores, ao negar a opção de eximir ao nosso filho de assistir essas aulas estavam imiscuindo-se em nosso direito a formá-lo.”
Parker foi a juízo e perdeu. A sentença deu razão ao Estado. Ao ser legal o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, grupos gay poderiam impartir oficinas de sexualidade a crianças de 5 anos sem permissão dos pais.
Você pode ver neste vídeo: http://es.youtube.com/watch?v=CGPUeeAphEE

Recomendo também esta a outro vídeo que também legendados em português, que explica que uma criança também é uma dádiva: http://es.youtube.com/watch?v=pJtlrYmZe6Y

Santiago Chiva, Granada, Espanha