quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Laika: no espaço ninguém nos ouve ladrar


Laika, Albina e Mushka. Em 1957, foram três as cadelas recolhidas pelos cientistas nas ruas de Moscovo para iniciar os testes que garantiriam algum avanço na promessa soviética de enviar a primeira criatura viva para o espaço.


O projecto da Sputnik-2, em Novembro de 57, fora sugerido por Nikita Kruschev ao fundador do programa espacial soviético, Sergei Korolev, para assinalar os 40 anos da Revolução Bolchevique de 1917. Korolev planeava para Dezembro o envio da Sputnik-3 e teve de acelerar um protótipo menos ambicioso (a Sputnik-2), para corresponder às exigências do politburo. Laika, raça husky com sangue terrier, acabaria por ser “a eleita” para a viagem de ida. Tinha 3 anos quando se tornou astronauta.


A cabine de Laika estava equipada com comida e água. Uma câmara de filmar e um sistema de sensores registavam a temperatura da cabine e os sinais vitais do animal. Seis dias depois da descolagem da Sputnik 2, o sistema eléctrico do aparelho entrou em colapso. A nave ficou à deriva 164 dias, antes de reentrar na atmosfera em Abril de 1958.


São contraditórios os relatos sobre o fim da aventura: há quem diga que Laika terá apenas sobrevivido 4 dias no espaço, outros asseguram que o animal morreu devido ao sobreaquecimento da cápsula depois de 7 horas de voo. Mais do que o memorial inaugurado em Moscovo, em Abril de 2008, Laika merecia hoje um museu ou feriado nacional.

(Texto publicado na revista Rotas e Destinos de Julho 2008)

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